Como já dizia o profeta Gentileza – “Gentileza, gera gentileza!”.
Esta semana, devido à um procedimento médico, me entreguei mais intimamente aos meus instintos e reorganizei minhas sensações.
Alan Kardec em seu livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, primorosamente, discursa sobre o amor:
“[...] em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas [...]”.
Entreguei-me ao sol do meio-dia e remexendo meu baú de sentimentos aflorou-me tatuagens imateriais; lembranças de gestos cravados em minha pele que abrandam minha caminhada neste mundo e de como eles são importantes para nos fazer suportar obstáculos.
Fiz então, uma retrospectiva de tudo que adoro na Equipe que me atende no meu mais novo Projeto de Vida: O Desejo de Ser Mãe!
Citarei apenas alguns dos milhares gestos que mais aprecio nestes profissionais “curadores”:
Gosto muito quando a Francis me recebe como a dona da Casa que espera seu mais distante convidado e me prepara café, chá e suco, me contando histórias e fazendo parecer que a minha está prestes a se resolver...
Gosto muito quando a Amandita me faz brincadeiras e abre seus jovens olhos sorrindo das minhas, fica parecendo que a gente está cirandando numa grande roda e que a vida é feita de bala de goma...
Gosto muito quando o dr. Leo, serenamente, repete o diagnóstico para meu marido ou quando elogia a organização de meus exames, fazendo parecer que o tratamento é a coisa mais natural desse mundo... Gosto mais ainda quando ele próprio busca a camisola e sapatilhas para eu vestir... é muito gentil!...rsrs!...
Gosto muito quando a dra. Taísa me recebe com um sorriso brincante de “Emília”, do jeito como ela vibra com os meus resultados e de como me chama docemente de “Alê”. O “Alê” dela tem qualquer coisa que beira a “Aleluia”, me faz sentir em festa mesmo quando estou cabisbaixa. Gosto quando me dá “duas piscadelas” e diz carinhosamente : “ Tomara, Alê, que você receba um presentão de Natal!”. Aquela palavra “presentão”, dita por ela, com aquela doçura toda, teve gosto de geléia real!... srrsr... Gosto como se interessa pela Alexandra que existe “além” do tratamento...
Gosto muito quando o dr. Cris estende sua mão para eu me levantar e quando me olha nos olhos, fazendo assim, parece que eu existo e que sou pessoa querida. Gosto quando, ao invés de se retirar após um procedimento faz “uma horinha ao nosso lado” para não ser deselegante. E ele consegue, consegue ser elegante em vários momentos, principalmente, quando revestido de senso e carinho, poupa-me de algumas atribuições que me seriam penosas. Gosto quando diz : “o que você acha?”, mesmo já sabendo a resposta! Fazendo assim, parece que somos parceiros e o tratamento tem muito mais valor para mim. Gosto, principalmente, quando me diz: “seu ovário colaborou muito com a gente... trabalhou perfeitamente!”. Aquele “ perfeitamente “ soou como uma nota “A”... Será mesmo que no meio daquela turbulência de dúvidas, frustrações e ansiedade eu ainda conseguia tirar um “A”?!... Viajei no tempo de criança, em que tirar notas “As” eram as minhas únicas preocupações... srsrs... Lembrei-me de quando era “cestinha” no basquete, momento no qual, todas as minhas desilusões se dissipavam e eu me sentia uma lutadora reconhecida!...
Enfim, gosto dos cheiros, dos olhos, dos sorrisos, das mãos estendidas, de tudo que é feito com Gentileza e agradeço ao nosso Pai Oxalá por ter colocado em meu caminho pessoas tão iluminadas. Pessoas que agora fazem parte da minha Ciranda de Vida e que não esquecerei jamais!
Há em meu peito milhões de gavetinhas coloridas. Cada uma delas salvaguarda um momento especial e vocês estarão para sempre aninhados aqui dentro.
Não se espantem, é assim que Eu sou. Sou o Traduzir-se de Ferreira Gular: “Uma parte de mim pesa, pondera... outra parte, delira!”, ou ainda, a citação na música Léo e Bia : “Uma parte de mim é amor, e a outra parte... também!”.
Fecho o Evangelho. Pauso as depurações. Na minha cabeça, ressonante, ainda permanece a última frase lida: “[...] ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo [...]”. Este é meu poema para vocês... Minha forma gentil de dizer - Obrigada!.
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